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27.06.2012

Calatonia é uma técnica de alívio da dor e tensão

Calatonia é um método terapêutico de toques na pele desenvolvido pelo médico húngaro Pethö Sándor que emigrou e se radicou no Brasil em 1949, fugindo dos horrores da II Guerra Mundial. Sándor morou no Estado de São Paulo, onde conquistou muitos seguidores e admiradores, que dão continuidade ao seu método até hoje, dando cursos e aplicando em hospitais e clínicas particulares. Ele ainda conseguiu divulgar a calatonia em outros países, mas o Brasil é o local onde se concentram mais seguidores e estudos sobre o método.

As pessoas que conheceram Pethö Sándor dizem que ele era muito econômico com as palavras e não gostava muito de falar de si, contudo sabe-se que criou seu método enquanto trabalhava em hospitais para refugiados de Cruz Vermelha na Alemanha, no pós-guerra. Recebendo muitos pacientes, todos os dias, e com recursos muito limitados, ele começou a notar que os toques na pele traziam relaxamento profundo e conforto aos pacientes. Começou a experimentar diferentes tipos de toque e diferentes áreas da pele até chegar à sequência básica da calatonia, onde os pés são o principal local de aplicação da técnica.

Sandór, que era obstetra de formação, começou aplicando sua técnica para aliviar a dor do parto, mas também em dor fantasma, neuroses por estresse pós- traumático, depressão, ansiedade, neuralgias e outros tipos de dor. Isso lhe valeu uma fama de “Dr. que tira a dor com as mãos” entre os feridos de guerra alemães. Nessa peregrinação de fuga dos efeitos da guerra, ele perdeu seus pais e sua esposa, o que o motivou a buscar outro país para viver. Tentou muitos países, mas optou pelo Brasil porque foi aceito aqui como imigrante sem restrições.

Chagou no Brasil em 1949, instalando-se no interior de São Paulo. No início teve dificuldades de exercer sua profissão, por dificuldades de validar seu diploma aqui. Acabou se aproximando de profissionais da área de psicologia, tendo dado aulas em cursos universitários nesse campo nos anos seguintes. Sandór era um profundo conhecedor da psicologia jungiana e fez uma relação entre esses aspectos e teorias neurológicas para explicar o mecanismo de funcionamento da calatonia.

O tratamento nessa técnica é feito com toques suaves na pele, incluindo os dedos dos pés, o calcanhar, o tornozelo, a batata das pernas e a cabeça. Sandór tinha ideias ligadas às medicinas orientais, pois se interessou e estudou medicinas alternativas, e há quem imagine que ele também tirou seus pontos de relações com meridianos e chakras. Após a manipulação dessas regiões, que visa induzir um relaxamento profundo, o terapeuta poderá também fazer toques sutis em outras partes do corpo, conforme a sintomatologia do paciente.

O nome calatonia vem de “kalós” em grego que significa bom e “tonia” que significa tensão ou tônus – ou seja – significa “recuperar o tônus ideal”. Na visão de Sandór, muitas doenças vinham de um excesso de tônus neurológico que se manifestava no corpo como tensão muscular e hipersensibilidade. No momento que essa tensão é aliviada, e restaura-se a fisiologia normal, os problemas como dor, tensão, alterações do humor, etc. resolvem-se espontaneamente.

Existem relatos impressionantes de curas e melhoras que Sandór obteve em seus pacientes, o que gerou sua fama e reconhecimento. A maior parte do profissionais que atuam está em São Paulo. Quem desejar mais informações sobre calatonia, ou estiver em busca de um bom profissional, pode consultar a rede montada pelas instituições que pesquisam esse método, cujo endereço eletrônico é: www.calatonia.net.

 

Alex Botsaris é médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, autor de livros como: “O Complexo de Atlas”, “Sem Anestesia” e “Fórmulas Mágicas“ e “O Prazer de Se Cuidar” . Acaba de lançar “Medicina Ecológica”. Consultor da Pierre Alexander Cosméticos.