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Cuidados com a vitalidade conservam a beleza

"A energia vital, quando plena, gera os estados de grande vitalidade, como na juventude", Botsaris

Vitalidade é uma palavra que vem do latim “vita”, cuja tradução para o português é vida. O significado de vitalidade é a expressão da vida, mais especificamente a quantidade de vida de cada ser vivo. “Muita vitalidade” significa uma plenitude da manifestação da vida, enquanto “pouca vitalidade” aponta para um baixo potencial do organismo, saúde mais fraca, deficiente, insuficiente ou parcial.

Viver é um fenômeno singular e fantástico, que intriga pensadores e cientistas desde que o conhecimento da raça humana começou a ser construído ao longo dos séculos. Até hoje, mesmo com toda tecnologia e desenvolvimento científico, ainda temos mais perguntas que respostas em relação ao milagre da vida. Ainda não sabemos se ela veio do espaço ou se foi criada aqui mesmo, e nem se existe ou não vida em outros planetas do universo conhecidos através da astronomia.

O Sistema Solar

No Sistema Solar, onde está a Terra, nossa ciência já andou vasculhando outros planetas e apenas o nosso parece habitado. Justamente por esse fato, o astro que nos acolhe é lindo, colorido, especial. Quando visto do espaço tem uma luminosidade e movimento que o torna diferente de todos os corpos celestes daqui. Sua beleza é a sua manifestação de vitalidade. Isso nos permite cogitar que a força vital é tão grande que tem a capacidade de mudar e embelezar um planeta.

Os seres vivos têm sido estudados pela ciência, desde a sua criação, no século XVIII, para que os mistérios da humanidade sejam desvendados. Descobrimos coisas incríveis: a matéria viva é totalmente diferente da inanimada, pois é composta de moléculas orgânicas (proteínas, glicídeos, gorduras) - inclusive o DNA que guarda as informações genéticas e possui capacidade de se reproduzir. A vida se organizou na face da Terra em milhares espécies, desde micróbios até os grandes animais, que habitam os mares, os continentes e mesmo, eventualmente, a atmosfera. Mas a existência, como um todo, não pode ser explicada apenas de forma racional, exclusivamente com base em ciências como a química, a biologia e a física. Há fenômenos da vida que ainda não podem ser explicados, mesmo que possam ser percebidos.

Fenômenos inexplicáveis

Organismos vivos podem reagir de forma inesperada diante de estímulos do meio ambiente e muitas vezes o conhecimento científico não consegue encontrar uma explicação lógica para tal comportamento. Por exemplo, diversos animais intuíram a chegada da tsunami do sudeste da Ásia, em dezembro de 2004, procurando abrigo em áreas elevadas, antes da chegada das ondas gigantes ao litoral. Não se pode explicar essa reação pela teoria evolutiva ou outra doutrina. Os principais fenômenos inexplicáveis relacionados milagre da vida, têm sido observados em seres humanos. São as manifestações da psique, como premonições, percepções extra-sensoriais, intuições, fenômenos espirituais.

Vitalismo: escola filosófica

Ao longo dos séculos, em várias culturas, foi se formando um conhecimento sobre os eventos relativos à vida. Essas correntes de conhecimento geraram uma escola filosófica chamada vitalismo, que forma as bases de várias medicinas tradicionais, como a homeopatia, a medicina chinesa, a medicina ayurveda e a medicina antroposófica. Hahnemann, pai da homeopatia, e Rudolf Steiner, filósofo criador da antroposofia descreviam a energia vital como a principal fonte da vida. Chineses chamam-na de QI (pronuncia-se tchi), enquanto na concepção indiana ela é conhecida por Prana. Em muitas culturas ao redor do mundo encontramos conceitos parecidos que atribuem a vida e seus fenômenos a uma força de natureza especial, identificada com a energia vital. Vale refletir se um conceito tão universal não deva ter um bom fundamento de verdade. A ciência moderna desconsidera o vitalismo, alegando que sua concepção nega os conhecimentos e avanços feitos nos últimos anos, sem reconhecer sua universalidade.

Energia vital tem "inteligência própria"

A energia vital, na qual o vitalismo acredita, é uma energia com uma “inteligência própria”, ou seja, intrínseca, capaz de exercer uma atividade organizativa sobre a matéria, e, com isso, participa de forma significativa da homeostase - um tipo de equilíbrio das funções que os organismos vivos precisam para manterem-se saudáveis e continuar vivos.

Teóricos vitalistas - antigos e modernos - também associam a energia vital aos fenômenos espirituais do ser humano. Estimulada por influências religiosas, essa força seria a responsável pelas transformações orgânicas que fazem um indivíduo se restabelecer de uma doença grave, como nas curas relatadas em igrejas e centros espíritas. Por isso, o vigor mental e a fé religiosa são instrumentos poderosos de manutenção da saúde, geração de bem estar e de qualidade de vida.

A energia vital, quando plena, gera os estados de grande vitalidade, como na juventude. Com o passar dos anos, a energia vai sendo consumida, levando ao processo de envelhecimento. Considerando essa relação, as pessoas que sabem reforçar sua vitalidade e cuidam bem da saúde envelhecem mais lentamente e conservam melhor sua beleza. 

 

Alex Botsaris é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especializado em doenças infecciosas pelo Hospital Claude Bernard, de Paris, e em acupuntura e medicina chinesa pela Sociedade Internacional de Acupuntura, na França, e pela Universidade de Pequim, na China. É ex-presidente do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM), ex-consultor de saúde e biodiversidade da Natura e um dos maiores conhecedores de plantas medicinais. Autor de livros como: “O Complexo de Atlas“, “Fórmulas Mágicas” e “Medicina Ecológica“.